Quem foi Francisco Cabrita




Nascido a 10 de março de 1857, Francisco Cabrita demonstrou, desde cedo, vocação para o Magistério. Ainda não tinha dezoito anos quando iniciou sua carreira de professor, lecionando particularmente no Colégio Pinheiro, onde terminou o curso de Humanidades. 

Em 1879 formou-se engenheiro civil, mas continuou a dedicar-se ao ensino particular. Em 1882 ingressou no magistério oficial, sendo designado, inteiramente, para dar aulas no curso geral da Escola Politécnica. Em 1885 tornou-se professor efetivo desta mesma escola. 

Impôs-se, logo cedo pelas qualidades excepcionais de homem justo e incorruptível. Não transigia em seus pontos de vista, sempre baseado no cumprimento do dever. Sabiam-no acima de interesses subalternos e seus amigos não o importunavam com pedidos de proteção, pois conheciam a inutilidade de tal solicitação. Assim, a integridade de seu caráter o tornou figura obrigatória nos concursos de admissão à Escola Politécnica e no ensino municipal, todas as vezes que havia concurso para classificar professores, por merecimento, seu nome era imediatamente lembrado. 

Homem pobre e culto destacou-se, desde o principio de sua carreira, como um elemento de confiança de nossos dirigentes. Quando se deu o advento da República, Benjamin Constant, que se achava no governo provisório, pensou em reorganizar o ensino. Foi buscá-lo em classe e encarregou-o da direção da Escola Normal, onde regeu, com dedicação extraordinária, a cadeira de Matemática. 

Exerceu várias comissões: diretor do Colégio Pedro II, nos governos de Prudente de Morais, Campos Sales e início do mandato de Rodrigues Alves. Foi diretor geral, por três vezes, de Instrução Pública do Distrito Federal. Voltou ainda à direção da Escola Normal e colaborou com a administração pública também integrando comissões técnicas, principalmente na organização e remodelação de programas. 

Chefe de família exemplar, transmitiu aos filhos o amor ao ensino e seu acendrado idealismo de educador sincero. Suas quatro filhas ingressaram no magistério e continuaram a sua obra incomparável em prol da educação. 

Do professor Cabrita já disse um dos seus ilustres biógrafos, Pantoja Leite: “Não era um sábio na verdadeira acepção da palavra. Não fora longe, não atingira os píncaros mais altos do saber. Todavia, o ponto a que chegou, só acessível aos grandes estudiosos, permitia-lhe descortinar um belo panorama onde a matemática refulgia em todo o seu esplendor. Era, antes, um grande professor, sabia bem o que ensinava e ensinava melhor o que sabia”. 

Morreu a 28 de novembro de 1923 e a sua morte foi uma perda irreparável não só para o magistério em geral, mas também para todos os homens de bem que tiveram no professor Cabrita um exemplo magnífico – de amor ao trabalho e de fé nas grandes qualidades que enobrecem e elevam o homem: persistência no esforço, integridade e entusiasmo. 

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