terça-feira, outubro 23

Núcleo de Comunicação participa do I Seminário Regional de Comunicação Comunitária na Puc-Rio


Roberto lobo, Patricia Saldanha, Ashilley Alves e Sarah Cardoso

    Na última terça-feira, 16 de outubro, participamos da abertura do I Seminário de Comunicação Comunitária, o seminário tratou das dificuldades enfrentadas pela comunicação comunitária no Brasil. A aluna Ashilley Alves, da turma 1902, repórter do Jornal Expresso Cabrita e do Blog, foi representando a escola nesse evento, acompanhada dos Gestores do Projeto Bairro Educador, responsáveis pela oficina, Roberto Lobo e Sarah Cardoso.
     Durante o seminário foram levantados alguns temas como: o controle das grandes mídias sob a comunicação, novas tecnologias e sobre o que é a comunicação comunitária. O diferencial do seminário é que não apenas os grandes pensadores da comunicação comunitária estiveram nas mesas contando as suas experiências, mas também comunicadores que fazem este movimento acontecer.
    O evento contou com a presença de Thiago Ansel, do Coletivo Observatório de Favelas também coordenador da pesquisa em 2011, que identificou 104 veículos de comunicação comunitária apenas na região metropolitana do Rio; com o fundador da primeira rádio comunitária do Brasil (Novos Rumos FM, no Rio), Tião Santos; com a presença do sociólogo Daniel Perini, da ONG Fábrica do Futuro, que desenvolve projetos multimídias com jovens de periferias de Minas Gerais; e ainda a professora Patrícia Saldanha da Universidade Federal Fluminense (UFF) com quem podemos fazer uma breve entrevista:

Ashilley- Como você acha que as ferramentas que utilizamos (jornal mural, blog, facebook, etc) podem facilitar a aprendizagem dos alunos?

Patricia -Se o aluno aprender a técnica, pouca coisa, entretanto se a partir do aprendizado da técnica ele começar a ver sentido no que ele faz e não só para ele, mas para o entorno dele, isso pode melhorar em muita coisa.

Ashilley- Como você vê nossa experiência contribuindo para uma gestão escolar mais democrática?

Patricia- Não conheço a experiência, apenas o que você está me contando. Eu teria que ir lá ver e dar o meu parecer, que será sempre muito aquém do que realmente é, pois eu acredito que qualquer iniciativa de comunicação, aliás qualquer iniciativa de vida, não deve parar no "ser", mas "no que pode vir a ser", então se por exemplo um grupo de alunos de uma determinada região para de ir à escola e o jornal mural não noticia isso? Você não sabe se é porque faltou ônibus, ou se aconteceu um acidente na estrada, ou seja, qual é a vinculação desses meios de comunicação com os alunos e com os alunos e o entorno? Se isso acontece posso fazer uma avaliação positiva pelo que você está me contando, se isso não acontece, para na técnica, para "naquilo que é" e não "naquilo que pode vir a ser"

Ashilley- Você acha que a comunicação comunitária não tem nenhuma relação com a educomunicação? A comunicação da escola não pode ser entendida como da comunidade?

Patricia- Existe um diálogo sim, o conceito de educomunicação nasce em torno dos anos 2000 com Osmar Oliveira Soares, eu estava na sala começando minha vida acadêmica quando ele sugeriu a junção da educação com a comunicação. Acredito que a comunicação comunitária tem que ter um diálogo pontual. O Osmar fez um trabalho belíssimo na periferia de São Paulo com mais de 400 escolas públicas, construindo estações de rádio. Acho que a comunicação comunitária tem tudo a ver com a educomunicação sim, isso é tão serio que até virou faculdade reconhecida pelo MEC. Mas você só consegue ver a comunicação comunitária acontecendo se ela estiver totalmente vinculada a questão da educação. A comunicação comunitária não para só no âmbito escolar ou acadêmico ela também dialoga com os movimentos sociais, essa é a grande pegada que diferencia a característica de cada uma, mas o diálogo? Fundamental e estruturante para as duas, alimenta uma possibilidade de enriquecimento para as duas.

Por: Ashilley Alves

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